Morre em SP a repórter da TV Globo Beatriz Thielmann, vítima de câncer
Jornalista participou de coberturas importantes da política.
Foi repórter especial do Globo Repórter e conquistou vários prêmios.
Uma notícia triste para o jornalismo e para os colegas da Globo, em especial: morreu neste domingo (29), em São Paulo, a repórter Beatriz Thielmann.
Bia, era assim que os colegas chamavam Beatriz na redação. O nome era comprido: Beatriz Helena Monteiro da Silva Thielmann. Enorme também era a paixão dela pela profissão.
“Vi a Sandra Passarinho, ela que me inspirou. Resolvi que ia ser repórter também, queria ser igual à Sandra Passarinho", contou.Nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais. Primeiro, pensou em ser advogada. Desistiu. Viu na televisão uma mulher que corria o mundo atrás de notícias e aí tomou a decisão.
Começou a carreira no Jornal de Brasília. Logo depois, em 1982, veio para Globo, como repórter de política. Participou das coberturas mais importantes da época, como a Campanha das Diretas, a eleição de Tancredo Neves, a Assembleia Nacional Constituinte e os primeiros passos do Brasil democrático.
Viajou o mundo: França, Portugal, União Soviética. Foi à Cuba entrevistar o ditador Fidel Castro.
Em 1990, Beatriz se tornou repórter especial do Globo Repórter. Denunciou a prostituição infantil no Ceará e ganhou um prêmio das Nações Unidas.
Acompanhou os peregrinos em Santiago de Compostela e conquistou mais um prêmio no Festival de Assis, na Itália.
Acompanhou os peregrinos em Santiago de Compostela e conquistou mais um prêmio no Festival de Assis, na Itália.
Escreveu um livro, sobre a vida da mulher depois dos 40 anos. Dirigiu dois documentários, o primeiro sobre a necessidade de preservar os animais silvestres, o segundo, sobre a história musical do cantor e compositor Edu Lobo.
Música, ela tinha no texto. Estilo elegante, doce, cuidava com zelo de cada palavra, de cada frase. Era gentil, sempre, e delicada. Ao projeto Memória Globo, Bia se definiu assim:
"Eu sou repórter. Eu acho que eu nasci pra buscar as coisas, nasci pra escutar, nasci pra falar. Eu acho que o meu estilo é o de ser repórter".
Beatriz morreu de câncer. Deixou dois filhos: Diogo e Rafael, e também dois netinhos: Catarina e Felipe.
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