sexta-feira, 22 de junho de 2012


Na viagem ao Quênia, Helena conheceu a realidade de mulheres que sofrem com a seca Foto: Drew Doggett / Oxfam

Na viagem ao Quênia, Helena conheceu a realidade de mulheres que sofrem com a seca Drew Doggett / Oxfam

A ex-modelo fotografou várias chefes de família que sofrem para alimentar seus filhos no Nepal Foto: Helena Christensen/Oxfam
RIO - Acostumada a posar para os maiores fotógrafos do mundo e ser o rosto das mais conhecidas grifes internacionais, a ex-modelo dinamarquesa Helena Christensen mudou de lado: foi para trás das câmeras retratar a pobreza do mundo subdesenvolvido, uma realidade que nada tem a ver com o glamuroso mundo da moda.
Ex-garota propaganda da Revlon e da Victoria´s Secrets, Helena assumiu há três anos o posto de embaixadora da ONG Oxfam, uma entidade internacional que luta contra a fome e pobreza no mundo, e viajou para o Peru (terra natal de sua mãe), Quênia e Nepal, fotografando realidades muito distantes do circuito Nova York-Londres-Paris e Milão. Agora, para a Rio+20, ela compilou as fotos que tirou nesses lugares numa publicação que está sendo distribuída no evento.
- Nesses anos, consegui captar com as lentes as consequências devastadoras das mudanças climáticas e o impacto na segurança alimentar. Meu trabalho documenta uma crise em andamento - disse a ex-modelo, hoje com 43 anos, que desde criança já discutia questões ambientais com a mãe.
A primera viagem como embaixadora da ONG aconteceu em 2009, para o Peru, país que ela já havia visitado várias vezes durante a infância. Sem salto alto, subiu 15 mil pés na Cordilheira dos Andes até chegar à geleira Ausangate. O que viu nada se parecia com as paisagens de seu tempo de criança:
- A geleira está derretendo a um ritmo alarmante. Por milhares de anos, aquilo tem ajudado na subsistência de quem vive no sopé da montanha, mas as coisas estão mudando rápido demais para eles.
No ano seguinte, em 2010, Helena continuou seu trabalho, desta vez no Nepal, registrando as dificuldades das mulheres da aldeia de Rampurwa, no sul da região de Terai. O local, segundo a ex-modelo, sofre de um ciclo vicioso: períodos de estiagem intensa seguidos por fortes chuvas que acabam alagando e destruindo as plantações.
A última viagem ocorreu em dezembro do ano passado, quando a modelo conheceu os problemas de Elizabeth, uma agricultora queniana nômade, que dependia de seus camelos e cabras para alimentar onze filhos.
- Quando me encontrei com aquela mulher, todos os seus animais tinham morrido com a seca. Agora, sua família sobrevive com a venda de carvão vegetal. Assim como ela, há mais de 13 milhões de pessoas nesta mesma situação - disse Helena.
Sobre as decisões da Rio+20, ela passa uma confiança que soa hesitante:
- Espero que os países aprendam com as conferências anteriores e tenham coragem de tomar decisões para mudanças drástica..

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