terça-feira, 27 de novembro de 2012

Claudia Ráia..Fasendo papel de Vilã ou Mocinha não convence ninguém!


Opinião: Apesar da boa história, Salve Jorge sofre com fantasmas do passado


 




 Salve Jorge derrapa na audiência e vira motivo de piada

RIO DE JANEIRO - “Salve Jorge” completou um mês no ar com marca de pior audiência no horário nobre nos últimos 12 anos. Pior que isso: a repercussão da novela é negativa entre os telespectadores. Nas redes sociais, internautas repudiam todos os núcleos do folhetim e clamam pela volta da família Tufão.
Talvez, o maior “erro” de Glória Perez foi ter assumido a vaga de “Avenida Brasil”. “Salve Jorge” tem uma ótima história a ser contada. A trama sobre o tráfico de pessoas é instigante, cativante e promete render ótimas cenas principalmente depois que a protagonista cair no golpe da quadrilha.
Falando em Morena, Nanda Costa tem desempenhado seu papel brilhantemente. A “novata” defende com garra a típica heroína batalhadora e passional da autora e tem convencido no papel da favelada que abrirá mão do seu grande amor para salvar a casa de sua mãe.
No entanto, existe gente demais no elenco. A sensação que se tem é de que há atores sobrando. Um enredo mais enxuto poderia dar ritmo à produção. Sem falar na sensação de déjà vu relacionada ao fato da autora apresentar os mesmos atores quase sempre com seus mesmos tipos.
Neuza Borges, por exemplo, está no ar com uma personagem com o mesmo nome, a mesma descrição na sinopse e a mesma peruca de seu papel em “América”: a escandalosa e fofoqueira Diva.
A Turquia apresentada pelo projeto parece um misto de Índia com Marrocos. Apesar das belíssimas imagens, o exotismo de um país árabe e suas danças, vocabulário e diferenças culturais faz com que, por momentos, parecer que estamos no “Vale a Pena Ver de Novo”.
Glória acertou ao fazer do núcleo estrangeiro parte coadjuvante da história. Porém, a Capadócia não tem a mesma força do clã Ananda, os indianos de “Caminho das Índias”. Seus personagens pouco carismáticos e a comunidade secular não instigam o telespectador.
No geral, “Salve Jorge” é uma boa novela. Com uma história bem melhor fundamentada do que “Fina Estampa”. Porém, o sucesso estrondoso de sua antecessora dificulta a aceitação do público. Até Fausto Silva se confundiu outro dia no palco do seu “Domingão”. “Vem aí, Nanda Costa a estrela de ‘Avenida’... da avenida de Glória Perez”, corrigiu-se a tempo.
Os “viúvos” do Divino já demonstraram que não estão brincando dessa vez. Esperar que eles aceitem a nova novela, como de costume, não será a saída. É necessário reformular boa parte da história.
A trama sagaz de João Emanuel Carneiro acostumou mal o público que aparenta estar sem paciência para torcer pelo amor da mocinha pelo príncipe encantado. Falta ação, falta interação entre os personagens, falta gancho impactante no final do capítulo, falta uma vilã que goste de fazer maldade.
A Lívia de Claudia Raia é muito mais maquiavélica do que a Carminha de Adriana Esteves. Mas, parece artificial. Não sente o prazer que a mulher de Tufão (Murilo Benício) tinha cada vez que maltratava uma empregada, por exemplo.
O telespectador não quer apenas um núcleo suburbano na TV. Ele quer se sentir representado. Seja por sua classe social, seja pelo sonho de mudar de vida – como abordou “Cheias de Charme”, seja pelo turbilhão de sentimentos que faz com que qualquer mortal tenha seus segundos de Carminha.
Nos resta aguardar as cenas dos próximos capítulos para saber se “Salve Jorge” vai conseguir superar esse dragão e fazer o público cruzar a fronteira de “Avenida Brasil”. Até aqui, o placar está favorável ao Divino F.C. E para a Globo, esse resultado é péssimo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário