quarta-feira, 6 de julho de 2016

Quanto custa colocar o balão gástrico para emagrecer?


Balão Gástrico Vale a Pena ?


O balão gástrico, ou balão intragástrico, é um procedimento utilizado temporariamente para colaborar com a perda de peso. O balão atua estimulando a distensão do estômago, o que leva a uma sensação maior de saciedade. Com isso, a pessoa se satisfaz com uma quantidade menor de alimento.
Quem está muito acima do peso para realizar uma cirurgia de redução do estômago pode receber indicação médica para colocação do balão, a fim de diminuir os riscos da cirurgia. Ou ainda, pessoas que têm indicação para fazer a redução do estômago, mas que apresentam algum fator de risco para a cirurgia.
Para quem está se perguntando se o balão gástrico vale a pena mesmo: 75% das pessoas que se submetem ao procedimento conseguem perder pelo menos 10% de seu peso corporal, que é a meta mínima do procedimento.
No entanto, após um ano da retirada do balão, 47% dos que conseguiram emagrecer voltam a ganhar peso. Ou seja, o balão gástrico ajuda a emagrecer, mas a manutenção de peso depende da mudança de hábitos, como uma alimentação equilibrada e a incorporação da atividade física.

Indicações

Situações em que o balão gástrico pode ser utilizado:
  • Pessoas com o IMC (índice de massa corporal) acima de 50 que precisam emagrecer antes de fazer a cirurgia bariátrica;
  • Para quem precisa perder de 10 a 25 quilos e não pode passar por cirurgia de redução do estômago;
  • Indivíduos com IMC acima de 27 e um quadro de doenças associadas à obesidade.
Embora estes sejam os principais pré-requisitos, uma avaliação médica individual é necessária para discutir as particularidades de cada caso.

Contraindicações

Pessoas que apresentam uma ou mais das condições abaixo não devem utilizar o balão gástrico:
  • Hérnia;
  • Lesão com potencial hemorrágico no trato gastrointestinal superior;
  • Histórico anterior de cirurgia no intestino ou no estômago;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Uso regular de anticoagulantes, anti-inflamatórios, drogas ou álcool;
  • Gravidez, amamentação ou desejo de engravidar em breve;
  • Doença hepática;
  • Insuficiência renal crônica.

Quanto custa colocar o balão gástrico

O preço do balão intragástrico pode variar de acordo com a sua localidade, equipe médica e o hospital escolhido. Por esse motivo, os valores são tão discrepantes, podendo variar de R$5.000 a R$10.000.
Normalmente, os planos de saúde não autorizam a colocação do balão gástrico em pacientes com IMC menor que 50.

Como funciona o balão gástrico

A presença do balão gástrico no estômago reduz seu volume pela metade, causando perda do apetite e aumento da saciedade. Isso ocorre por dois mecanismos:

  • Colocando o balão
    Mecânico: ao reduzir a capacidade do estômago, o balão gástrico dificulta a passagem do alimento pelo trato digestivo, tornando a digestão mais lenta.
  • Neurológico: Quando o balão gástrico toca na parede do estômago, receptores são estimulados. Esses receptores são responsáveis por enviar ao cérebro a mensagem de que a pessoa já está saciada e não precisa comer mais.
O balão gástrico é inserido vazio através de endoscopia, sem necessidade de cirurgia: entra pela boca, passa pelo esôfago e chega finalmente ao estômago. O procedimento é feito com o paciente sedado.
No estômago, o balão é insuflado por um conector e preenchido com uma solução salina que contém azul de metileno, que tem a função de sinalizar na urina um possível rompimento do balão. O volume do balão gástrico quando cheio pode variar entre 400 ml e 700 ml.
O procedimento demora de 20 a 30 minutos, e o paciente é geralmente liberado no mesmo dia.
O balão deve permanecer por no máximo seis meses no estômago, e sua retirada também é feita através da endoscopia.

Primeiros dias com o balão gástrico

É relativamente comum que o paciente apresente náuseas, dores abdominais e vômito nos primeiros dias após o procedimento. Isso acontece porque o estômago passa a produzir mais suco gástrico na tentativa de expulsar o balão.

Alimentação

Nos primeiros 21 dias após receber o balão, o paciente deverá se alimentar com uma dieta exclusivamente líquida. É permitido tomar água de coco, chá, isotônico ou um caldo (praticamente só de água) de sopa. A quantidade diária de calorias pode variar entre 800 e 1200 calorias, de acordo com a indicação do médico.
Nestas primeiras semanas é fundamental que o paciente cuide atentamente de sua hidratação, já que estará ingerindo um volume pequeno de líquidos.
Na quarta semana, o paciente o paciente poderá incluir alimentos mais cremosos na sua dieta, como mingaus e sopas. Alimentos sólidos somente são permitidos após 30 dias da colocação do balão gástrico, e mesmo assim em pequena quantidade.

Riscos do balão gástrico

O balão pode causar lesões internas, vômitos, úlceras e infecções.
Ele pode ainda furar, murchar ou ter um rompimento da sua válvula, o que leva à perda do líquido em seu interior. Um dos componentes desse líquido é o azul de metileno, que nessas situações pode ser visualizado na urina. No entanto, algumas pessoas possuem o vaso sanitário escuro, o que pode fazer o vazamento do balão passar despercebido.
Quando isso acontece, o balão segue para o intestino, causando uma obstrução. Caso a situação chegue nesse ponto, somente uma cirurgia poderá solucioná-la, retirando o balão.

Benefícios do Balão Gástrico

Quando comparada à cirurgia de redução do estômago, o balão gástrico apresenta as seguintes vantagens:
  • Não é invasivo e não requer internação hospitalar;
  • Para quem apresenta obesidade mórbida, o balão pode ajudar a perder peso antes da cirurgia bariátrica, reduzindo seus riscos;
  • Menor risco de desnutrição;
  • O balão pode ser retirado a qualquer momento através de procedimento endoscópico;
  • Pode servir como um “degrau” para o paciente que está em dúvida quanto à cirurgia bariátrica;
  • Não há restrição para a prática de atividades físicas;
  • O preço costuma ser menor.

Emagrecer com o Balão Gástrico

A alta taxa de ganho de peso após a retirada do balão gástrico indica que é fundamental mudar o estilo de vida para conseguir emagrecer. Muitos que passam pelo procedimento acreditam que o balão por si só os fará perder peso e que eles poderão continuar se alimentando como antes. A verdade é que o balão funciona somente como um “empurrão”, um auxílio à perda de peso, e não emagrece se não for combinado com uma dieta balanceada.
Para que ocorra a perda de peso esperada, é necessário que a pessoa modifique seus hábitos alimentares, sob o risco de não conseguir emagrecer. Por exemplo, existem casos onde o paciente toma sorvete de canudinho, o que além de perigoso (o açúcar deve ser evitado nas primeiras semanas) anula todo e qualquer benefício do balão gástrico.
Por esse motivo, além de colocar o balão gástrico, quem quer emagrecer precisa ser acompanhado por um nutricionista e um psicólogo, a fim de identificar as falhas e fazer as modificações necessárias na dieta e no comportamento. A atividade física também deve fazer parte do plano de emagrecimento.
Consulte antes o seu médico para avaliar sua saúde física e encontrar a atividade mais adequada ao seu perfil.

Outras considerações

Quem coloca o balão gástrico muito provavelmente já tentou emagrecer de diversas outras formas, mas não obteve sucesso. Por trás disso podem estar, além de problemas orgânicos, questões psicológicas. É a chamada “fome emocional”.
Antes de decidir se o balão gástrico vale a pena, seja honesto consigo mesmo e pergunte se esse pode ser o seu caso. Se a resposta for afirmativa, é importante que você busque acompanhamento profissional adequado, pois o balão gástrico ajuda a tirar a fome física, mas não a psicológica.
Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+

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